Tatiana Barbosa Ferrari - Terapeuta Ocupacional

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

QUANDO ENCAMINHAR PARA TERAPIA OCUPACIONAL

Características observadas em crianças sem "diagnóstico médico"
Se a criança apresentar qualquer uma das a características abaixo e se esses problemas estão interferindo em seu desempenho escolar,em casa,nas atividades de vida diária ou no brincar.
O médico ou professor deve encaminhar para um profissional da saúde Terapeuta Ocupacional:
-A criança pode parecer desajeitada ou incoordenada em seus movimentos.
Ela pode trombar,derramar ou derrubar coisas.
-A criança pode ter dificuldade com habilidades motoras finas
(usando as mãos ou ambas)
-A criança pode ser muito agitada, não consegue prestar atenção a atividades propostas.
-A criança pode ter atraso no desenvolvimento de certas habilidades motoras,tais como:agarrar bola,manejar faca e garfo,abotoar a roupa e escrever.
-A criança pode apresentar discrepância entre suas habilidades motoras e habilidades em outra áreas.Por exemplo,as habilidades intelectuais e de linguagem podem ser altas,enquanto as habilidades motoras atrasadas.
-A criança pode ter dificuldade para aprender habilidades motoras.
-A criança pode ter dificuldades com atividades que requerem mudança constante na posição do corpo.(futebol,tênis ou pular a corda)
-A criança pode achar dificeis as atividades que requerem o uso dois lados do corpo(recortar com tesoura,cortar alimento usando faca e garfo,fazer polichinelo)
-A criança pode apresentar equilibrio pobre e/ou evitar atividades que requerem esta habilidade.
-A criança pode ter dificuldade em escrever
-A criança pode ter dificuldades na organização dever de casa ou mesmo do espaço da página.
-A criança pode ter dificuldade para completar o trabalho dentro de um espaço de tempo normal.Uma vez que as tarefas requerem muito mais esforço,ela pode ficar mais inclinada á distração e tornar-se frustrada com uma tarefa rotineira.

Diagnósticos:
Se a criança apresentar diagnósticos de dificuldade de aprendizagem, deficiências, distúrbios e hipeartividade.
O médico ou professor deve encaminhar para um profissional da saúde Terapeuta Ocupacional.

Características Sensoriais
Criança pode apresentar alguns sinais discretos de transtorno de processamento sensorial que são indícios de uma dificuldade específica que afetam as habilidades da criança em fazer o que quer ou necessita realizar. Se a criança apresenta vários comportamentos como os descritos abaixo, podem ser encaminhadas para uma avaliação, onde a terapeuta traça o perfil sensorial da criança e elabora um programa de tratamento específico para ela:
-Crianças que evitam ser tocadas o tempo todo, que se afastam antes do toque ocorrer ou que evitam qualquer atividade que envolva toques
-Crianças que tocam tudo que encontram pela frente, passam a mão pelos corredores, paredes e todas as superfícies
-Crianças com dificuldades em determinar a mão dominante ou por vezes parece trocar a dominância de acordo com a localização do objeto a ser manipulado
-Crianças com sensibilidade excessiva a certos tipos de roupas
-Crianças que apresentam choro excessivo ao serem movimentadas ou locomovidas
-Crianças que tem aversão a atividades com água, como tomar banho, lavar o rosto, lavar as mãos
-Crianças que tem aversão a determinadas texturas de alimentos e são muito seletivas na alimentação
-Crianças que sentem enjôo ou mesmo ânsia ao andar de carro ou em veículos em movimento
-Crianças que não suportam ser abraçados, embalados, carregados no colo
-Crianças que mordem ou gostam de ser mordidas
-Crianças que parecem ter uma atenção diminuída e tem dificuldade em realizar uma atividade do início ao fim
-Crianças que detestam brincadeiras de movimento ou não suportam o playground
-Crianças com dificuldades em correr, pular, saltar, atirar objetos em alvos parados ou móveis
-Crianças com dificuldades em realizar atividades de colagem, argila, massinha, tintas
-Crianças com medo de ser virada de costas ou de cabeça para baixo, com medo de cair ou que não gostam de tirar os pés do chão
-Crianças desorganizadas, que não conseguem seguir programas ou etapas de ação, não aceitam regras e confundem-se facilmente ao realizar uma atividade nova
-Crianças que não ficam tontas facilmente e que podem girar por muito tempo sem se desequilibrar ou cair
-Crianças que não conseguem manter a atenção sem que estejam se movimentando, ou se balançando
-Crianças com dificuldade de manipulação de objetos, na coordenação da escrita, no traçado das letras, na junção das sílabas, na coordenação motora global (do corpo), nos jogos de interação
-Crianças com atraso do desenvolvimento sem comprometimento neurológico aparente
-Crianças que parecem não brincar, não manipulam objetos, tendem a brincar sempre da mesma forma com um mesmo objeto, não exploram e não criam brincadeiras.
Escolas Regulares de Ensino:
Se a escola ou alguns profissionais apresentarem dificuldades em lidar com o comportamento e aprendizagem de crianças com algum tipo dessas características citadas, a terapia ocupacional pode atuar com um programa de orientações, mediações, adaptações, além de cursos e palestras para auxiliar a equipe escolar em um processo educativo promissor.
A terapia ocupacional também atua na educação infantil com orientações de como brincar e estimular essas crianças avaliando e auxiliando no desenvolvimento infantil.
Atua com os pais com orientações e grupos de discussões de interesses dos próprios.
Enfim, a terapia ocupacional na escola regular atua como um profissional para somar conhecimentos, dividir e aprender diariamente com a equipe escolar.


domingo, 19 de junho de 2011

INTEGRAÇÃO SENSORIAL E DISTÚRBIOS ESCOLARES





À aproximadamente 40 anos, A Jean Ayres, terapeuta ocupacional, americana empenhou-se em tentar descobrir as razões que fazem com que a criança não consiga aprender como as outras e os problemas que isso acarreta.


Focalizou seu trabalho em distúrbios de aprendizagem, perceptivos e de comportamento, deu início a um longo processo que continua até hoje.


Muitas crianças têm problemas de aprendizagem e comportamento devido a um distúrbio de funcionamento cerebral conhecida como DISFUNÇÃO CEREBRAL MÍNIMA (DCM). Estas crianças geralmente parecem normais e algumas se situam na faixa média ou até superior nos testes de inteligência.


Estas crianças não conseguem integrar os estímulos sensoriais à nível encefálico como as crianças normais e podem gerar problemas de comportamento, de aprendizado, de linguagem, no brincar, habilidade de entender e relacionar-se com outras pessoas.


É mais comum em meninos do que em meninas. As causas da DCM podem ser: infecções, traumas, problemas durante a gravidez, fatores genéticos, experiências precoces na vida da criança, traumas emocionais, disfunção auditiva e disfunção visual.

As crianças com DCM podem ser erroneamente classificadas como preguiçosas, mimadas, desatenta, etc e futuramente sofrem insucesso na aprendizagem ou no relacionamento com outras pessoas


A Integração Sensorial pode ser compreendida como a capacidade de organizar informações sensoriais do próprio corpo e do ambiente de forma a ser possível o uso eficiente do corpo no ambiente.


Desenvolvimento da Integração Sensorial de 0 a 7 anos



0 a 2 anos


Aprende através de estímulos sensoriais, adapta comportamento reflexo à ação com objetivo, brincar exploratório, atinge a homeostase exploratória, auto-regulação de alerta e atenção.


Nesta fase é importante o contato físico, abraços apertados,músicas,massagem principalmente na planta dos pés, balança, gira-gira, guerra de travesseiros.


2 a 4 anos


Integração dos lados do corpo, cruzamento da linha média, desenvolvimento das reações de equilíbrio, desenvolvimento de esquema corporal, planejamento motor grosso, imitação no brincar.


Nesta fase é importante jogos direcionados a desenvolver a habilidade entre as duas partes do corpo (jogar bola para pegar com a mão direita ora com a esquerda e ora com as duas o mesmo se repete para com os pés e outras partes do corpo), sentar a criança sobre o skate e desliza-la, coloca-la em balanças de cavalo, brincar na rede, brincadeiras em frente ao espelho para imitar, andar em cima de pneus, pular com os dois pés dentro e fora do pneu e depois dificultar par pular com um pé de cada vez, etc.

5 a 7 anos


Melhora da habilidade de discriminação sensorial e de planejamento motor fino, estabelece a lateralização e o brincar passa a ser social.


Aqui a criança já é capaz de pular corda, andar de patins, skate, bicicleta, jogos com bola passam a ter maior habilidade, jogos com raquete, etc


Assim a criança que pula fases ou não as vivenciam de maneira positiva podem vir a apresentar distúrbios de aprendizagem futuramente.


Não existe uma regra. Pode ser que haja crianças que passem sem apresentar distúrbios mas há a chance de uma criança que não tenha vivenciado estas fases e apresentem alguma dificuldade na escola ser decorrente de uma disfunção de integração sensorial.


Existem testes específicos que devem ser aplicados por um profissional habilitado e a criança apresenta melhoras rápidas e importantes ao ser submetida ao tratamento de integração sensorial.


Ao perceber sintomas procure uma terapeuta ocupacional especializadas em distúrbios infantil.

Terapia ocupacional - infantil

quinta-feira, 16 de junho de 2011

SENADO APROVA PROJETO PARA AUTISTAS E FARÁ SESSÃO ESPECIAL



O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (15/junho) o Projeto de Lei 168/2011 que institui o Sistema Nacional Integrado de Atendimento à Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). O projeto estabelece os direitos fundamentais da pessoa autista e equipara o portador desse distúrbio à pessoa com deficiência, além de criar um cadastro único dos autistas, com a finalidade de produzir estatísticas nacionais sobre o problema. O texto segue agora para a Câmara Federal que irá analisá-lo e votá-lo.
Na manhã de 27 de junho de 2011, às 11h00, teremos no plenário do Senado uma sessão solene especial destinada a comemorar o Dia do Orgulho Autista, intitulada "O Brasil precisa conhecer o Autismo". O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, confirmou presença no evento.
A ideia é sensibilizar os senadores para a necessidade de maior atenção para a síndrome e comemorar aaprovação do Projeto de Lei do Senado (PLS) 168/2011.
Senador Paulo Paim (PT-RS)A política de proteção prevista neste projeto de lei deverá articular os organismos e serviços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência social, habitação e transporte, com vistas à coordenação de políticas e ações assistenciais.
Um dos pais que mais luta pelos direitos dos autistas, Ulisses Costa, do Rio de Janeiro (RJ), conclamou a todos para que participem da sessão do próximo dia 27: "Caros pais, familiares, amigos, profissionais dedicados a causa das pessoas com autismo de nosso Brasil, não podemos deixar de dar mais essa parcela de contribuição com a causa; é extremamente importante a nossa participação nessa audiência solene que acontecerá no Plenário do Senado Federal", disse ele em carta pública. Quem ainda termina sua carta citando Santo Agostinho: "“O tempo presente é o único momento em podemos reparar os erros do passado e planejar o FUTURO".
A sessão acontece por solicitação do senador Paulo Paim (PT-RS), um dos defensores do projeto de lei em prol dos autistas. Em seu parecer favorável ao PLS 168/11 na Comissão de Assuntos Sociais (CAS),  Paim explica que o texto "define a pessoa com transtorno do espectro autista com base em características clínicas da síndrome e a equipara à pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais".
Quem desejar participar da sessão, conforme presença no link abaixo.
(Reportagem com informações e foto da Agência Senado)


terça-feira, 14 de junho de 2011

BREVE RELATO DE UMA HISTÓRIA DE SUCESSO


Entrevista com Daniel Jansen, ele tem 35 anos e recebeu o diagnóstico aos 23 anos., postado no blog http://teautismo.blogspot.com, por Patrícia Tella

Quais Tratamentos você já fez?
"Psicoterapia individual e terapia em grupo, além de tratamento com remédios. E terapias alternativas, como cromoterapia.”

Qual tratamento faz hoje?
”Psicoterapia individual e tratamento com remédios.”

Fale sobre as intervenções.
”Eu acho que os treinos me ajudaram a fazer seminários e a apresentar a tese. A prática ajudou um pouco, principalmente na abordagem de desconhecidos, mas apenas em cursos ou aulas. Ainda tenho dificuldade em abordar alguém numa fila,festa ou algo do gênero.”

O que as pessoas precisam saber sobre o Autismo/ Asperger.
”Asperger é diferente de autismo por ter o intelecto preservado, mas não é igual ao normotipico. Aspergers são menos tolerantes a frustração e as pessoas precisam ser explicitas com eles. Se se interessar,seja amigo ou outro relacionamento,precisa demonstrar esse carinho; Aspergers dificilmente entendem indiretas e não sabem normalmente quando estão sendo inconvenientes. São ligados a poucos assuntos e falam muito sobre eles, tendo dificuldade para ter conversas (consideráveis) fúteis. Tem dificuldades com empatia e muitas vezes, não sabe direito o que dizer ou fazer para consolar uma pessoa ou até para dar apoio,soando “artificial”.”

Como é ser um Asperger?
“É ter aparência de normal, mas na verdade ser pouco compreendido. É admirado, mas ao mesmo tempo é deixado um pouco de lado.”

Como foi sua infância?
“Minha infância foi predominantemente sozinho, não queria saber de brincar com outras crianças e tinha interações mais com os primos do que com os amiguinhos da escola. Gostava muito de jogos de tabuleiro e de imaginação. Os tabuleiros, às vezes, eram feitos a caneta ou lápis em um papel.”

O que as mães de Aspergers precisam saber?
“Os Aspergers são muito inteligentes e podem ir longe na vida acadêmica, porém não espere muito deles em termos de relacionamento. Cada um é cada um e são quase tão diversificados quantos os “normais”.”

Conte sobre sua trajetória acadêmica
“Eu tirava notas relativamente altas menos em matemática e física. Tinha dificuldade também em educação física e artística. Na faculdade,comecei fazendo um curso de Medicina que não deu certo principalmente porque não sabia lidar com os pacientes e minhas anamneses não eram objetivas. Depois comecei fazendo licenciatura na Biologia,fiz alguns estágios (mas não iniciação) e trabalhei fazendo triagem para o Biota/Fapesp. No terceiro ano,passei para o bacharelado e me formei só nisso. Na pós,tive dificuldades no campo e até na qualificação,mas depois superei após assumir minha condição e após muito treino e apoio,me formei Mestre. Pensei em publicar uns trabalhos em revistas cientificas nacionais e internacional. Ainda não tenho planos para um Doutorado. Atualmente trabalho como especialista ambiental.”

Apesar de Daniel relatar algumas dificuldades sociais, cada dia que passa ele tem se desenvolvido mais. Um rapaz surpreendentemente inteligente e carinhoso, o caracterizo também como bom de papo e um bom amigo.
                                                                                                                
*Foi concedido pelo entrevistado a publicação dos dados pessoais.